
A esquerda é só uma parte do problema. A falsa direita apoiada pelo mercado financeiro aborta a chance de mudança real.
Nesta altura do campeonato, neste capítulo da história do Brasil e com vastas formas de buscarmos a verdade, já deu para concluir que o Brasil nunca teve um governo de direita, não é mesmo? O teatro das tesouras foi desmascarado, e o que sempre tivemos foi um revezamento entre a esquerda e uma falsa direita. É claro que alguns, no campo da direita, eram inocentes e realmente acreditavam que estavam resistindo ao comunismo — mas, lamentavelmente, estavam apoiando uma de suas faces.
O que presenciamos hoje, com Lula na presidência e Alckmin como vice, não poderia ser mais emblemático para cravar essa verdade: o único governo de direita foram os quatro anos de Bolsonaro — e, mesmo assim, praticamente impedido de governar devido à perseguição do Judiciário, à pilantragem do Legislativo e ao assassinato de reputação promovido pela imprensa nacional e até internacional.
Os que se dizem únicos defensores da democracia, na verdade, querem escolher quem pode ou não ganhar — e até quem pode concorrer. Aqueles que não rezam na cartilha do sistema são taxados de extremistas, desumanizados e odiados, dignos apenas de serem presos ou mortos. Diante desses vestígios de autoritarismo, é preciso refletir: nunca tivemos uma democracia verdadeira.
Quando surge uma oposição que não é encenação, ela é vista como ameaça à “democracia”. Quando estávamos perto de nos tornar uma nação verdadeiramente livre, a direita foi acusada de golpe, impedida de se manter no poder, perseguida, presa — e seu principal líder, calado, encarcerado e tornado inelegível.
Dizem que tudo isso foi feito para salvar a democracia, mas, de fato, foi para salvar uma falsa democracia mantida pelo sistema — a verdadeira causa de o Brasil ter tudo para dar certo e seguir dando errado.
Os governos de esquerda sempre são os preferidos do sistema, por sua hipocrisia, vocação para a corrupção e desorganização administrativa. Eles conseguem destruir um país com maestria: assaltam até aposentados, tiram o poder de compra do povo, falem empresas, destroem a economia, matam sonhos e deixam em frangalhos quem realmente trabalha — tornando o país um paraíso apenas para criminosos, terroristas, corruptos e para o mercado.
Peço sua atenção para este último. O mercado é o abutre da história — vive da desgraça alheia, especula, enriquece sentado no sofá enquanto a sociedade agoniza. Ele vende, a preço de ouro, uma “esperança” diante de um problema que ele mesmo criou. O casamento entre o mercado, a esquerda e a falsa direita é a principal causa dos sucessivos fracassos da nação.
Quero fazer uma distinção entre empresários e o mercado. Eles nem sempre são os mesmos personagens. Empresários honestos vivem de muito trabalho, geram emprego e renda para milhares de famílias através de seus investimentos, empreendedorismo e visão de multiplicação de recursos. Já o mercado não produz nada — vive sugando quem produz, através de juros, taxas, empréstimos e ofertas de “créditos” que, no final, escravizam as pessoas, inclusive empresários.
A Faria Lima é esse urubu que se alimenta de um país destruído. Quanto mais o brasileiro se dá mal, melhor ela se dá. Seu poder nefasto e criminoso é tanto que, recentemente, se provou sua ligação íntima com o crime organizado e facções criminosas. É no mercado que acontece a lavagem de dinheiro. Por isso, 26% da população brasileira vive sob o jugo direto de facções. Elas não chegariam tão longe sem o mercado como aliado.
Essa junção entre partidos de esquerda e de falsa direita, com o aval e patrocínio do mercado, está transformando o Brasil em um narcoestado diante dos nossos olhos.
O mais perigoso — e quase fatal — é termos um Judiciário que faz a retaguarda desses partidos, perseguindo e impedindo que chegue ao poder qualquer personagem que não seja submisso a essa estrutura. Para completar, os brasileiros, vítimas desse sistema, ainda sustentam essas “instituições democráticas” com altos salários e privilégios. Estamos tratando como reis os nossos algozes. E quem ousa não fazê-lo, chamando algozes de algozes, pode mofar na cadeia.
Como o mercado ganha com a nossa miséria? Eu não sou especialista em economia para dar uma aula sobre isso. Sou apenas uma brasileira que já não se considera mais classe média — pois esta está sendo empurrada para a pobreza, e os pobres, para a miséria, numa velocidade espantosa. Enquanto isso, a ONU mente dizendo que o Brasil saiu do Mapa da Fome, e o IBGE mente dizendo que o desemprego despencou. Querem apostar que negaremos o que nossos olhos veem: preços altos no supermercado, na feira, no posto, na farmácia, na conta de energia, no transporte — em absolutamente tudo o que precisamos para viver minimamente. Faz parte dessa parceria a mentira descarada e deslavada.
O mercado ganha quando nós nos endividamos. Eu mesma não conseguirei pagar integralmente a fatura do cartão de crédito este mês, mesmo trabalhando arduamente. Já faz tempo que não gasto com supérfluos — mas apenas comer, abastecer o carro, pagar energia, moradia, internet e farmácia já consome mais do que ganho. Essa é a realidade de milhões de brasileiros que ainda se consideram privilegiados por terem emprego e saúde para trabalhar. Imagine quem ganha um salário mínimo? Não sabe se come ou se paga energia.
Você acha mesmo que um país tão fértil e com tamanha diversidade energética deveria ter alguém passando fome ou vendendo a alma para pagar a conta de luz? Claro que não. Mas o mercado nunca permitirá que saiamos desse ciclo vicioso e desumano.
Liguei para o banco para ver como poderia parcelar parte da fatura e, para minha surpresa, se parcelar em oito vezes, pagarei mais que o dobro do valor. Perguntei a taxa de juros, e a atendente respondeu: 17,38%. E isso tentando negociar! Tentando manter meu nome limpo, tentando evitar que a situação vire uma bola de neve. Dou esse exemplo para que você entenda, de uma vez por todas, o quanto o mercado nos devora, suga e destrói — tirando nossa paz e qualquer possibilidade de prosperar. Enquanto escolhemos qual conta pagar, alguém na Faria Lima está ficando mais milionário.
Tenho uma casa financiada pela Caixa Econômica. Pago há seis anos e a parcela nunca diminuiu. Quando comprei, me disseram que seria decrescente e até me deram uma planilha. Fui verificar: a parcela já deveria ter baixado pelo menos R$300. Pedi revisão do contrato e o gerente confirmou que poderia diminuir, mas a taxa Selic não está “favorável”.
Dou esse exemplo para mostrar o quanto a política pode melhorar ou piorar nossa vida — pode nos ajudar a prosperar ou nos jogar na miséria. Nossa omissão ou nossas más escolhas podem destruir, literalmente, o nosso futuro.
Um governo corrupto, um país com insegurança jurídica, empresários fugindo e empresas fechando nos condenam a viver apenas para pagar contas — e, quando conseguimos, ainda devemos nos considerar sortudos. A maioria nem isso consegue. Essa é uma vida miserável, custosa, difícil e sem dignidade. Será que Deus nos deu esse país maravilhoso para vivermos assim? Sei que o paraíso não é aqui, mas também não precisa ser o inferno.
Podemos ser bons administradores do que temos e, assim, prosperar como outras nações. Mas isso exige conhecimento e capacidade de ligar o que vivemos no dia a dia às nossas escolhas políticas e apostar em quem pode romper com esse ciclo destruidor.
O mercado não quer Bolsonaro porque ele é o único com condições de tomar decisões que fariam o Brasil dar certo — o brasileiro teria poder de compra, os juros cairiam, e os bancos perderiam lucros. Bolsonaro não caiu nas graças da Faria Lima porque escolheu ser parceiro do povo, e não de especuladores.
A única “democracia” que o sistema permite em 2026 é a volta da falsa direita ao poder. Por isso, os “governadores democráticos” caíram nas graças da Faria Lima, negociam com o mercado e são os queridinhos “moderados” que vão tirar o Brasil da “polarização”. Ou seja, Bolsonaro é o melhor para o povo, mas o pior para o mercado e, por isso, segue inelegível. Serve apenas para dar o aval a um dos que o mercado escolher.
O sistema precisa de um povo endividado, dependente de empréstimos, créditos e bancos. A carta de alforria do povo só poderá ser assinada com um governo verdadeiramente de direita. Isso não significa que todos da direita sejam honestos — há hipócritas e fariseus em todos os campos. Mas a direita conservadora, essencialmente, tem princípios inegociáveis, senso de responsabilidade, patriotismo, e arrisca a própria vida pelo bem coletivo. Ela acredita no potencial do Brasil, na força do seu povo e busca a autossuficiência e independência das nações.
Por tudo isso, a direita verdadeira não é a opção do mercado, porque ela jamais transformará o país em um cadáver a ser explorado pelas aves de rapina da Faria Lima. A direita trabalha para manter o país vivo, produtivo e próspero — cada vez menos mendigo e refém de dívidas.
O mercado nos torna cidadãos escravizados e reféns dentro de uma estrutura cuja liberdade é uma farsa. Se você sonha com um país próspero e livre, ouse acreditar: a melhor opção para governar o Brasil é exatamente aquela que o mercado quer tirar do jogo.
O mercado se ama o suficiente para lutar até o fim pelos próprios interesses. Cabe à nação se amar com a mesma intensidade — e decidir, finalmente, pelos seus.
Adriana Garcia
Jornalista na Amazônia
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