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A Rádio Forte FM, em Macapá, já vinha sendo alvo de ataques há algum tempo por manter em sua programação propagandas e comentaristas que divulgavam ações da prefeitura, sob gestão do Dr. Antônio Furlan — principal adversário político do grupo do senador Davi Alcolumbre. Em 2024, a emissora chegou a ter suas atividades suspensas a apenas dez dias do primeiro turno das eleições.

Agora, a única rádio que ainda dava visibilidade às ações da prefeitura teve sua concessão cassada pelo Ministério das Comunicações. A Advocacia-Geral da União (AGU) já solicitou a execução da sanção. A Forte FM, no entanto, tenta reverter a medida por meio de uma ação judicial em andamento na 1ª Vara Federal Cível do Distrito Federal.

A coincidência chama atenção: tanto o ex-ministro das Comunicações, Juscelino Filho, quanto o atual, Frederico de Siqueira Filho, chegaram ao cargo por indicação de Alcolumbre. A acusação contra a rádio é de suposto “proselitismo político” em favor do prefeito Furlan (MDB), rival direto do grupo do senador.

O Ministério das Comunicações justificou a decisão afirmando que a programação da emissora exaltava figuras públicas locais, citando os programas Forte Notícias e Fala Comunidade como exemplos de uso indevido do canal. Na prática, isso significaria que o apresentador não poderia expressar opinião positiva sobre a atual gestão municipal.

O ex-deputado federal Valdenor Guedes, dono da concessão, classificou a medida como perseguição política e censura. Segundo ele, a rádio sempre abriu espaço para opiniões divergentes, mas está sendo punida justamente por dar visibilidade às ações do prefeito.

O ministério, comandado por indicação política, nega que haja motivações partidárias na cassação. Já a assessoria do senador Davi Alcolumbre também rejeita qualquer envolvimento dele nas decisões da pasta. O difícil, no entanto, é convencer a população do Amapá de que tudo não passou de uma questão meramente técnica.

No estado, quem critica o governo estadual — aliado de Alcolumbre — enfrenta o governador Clécio Luís nos tribunais. E quem ousa elogiar o prefeito Furlan, que segundo pesquisas venceria Clécio já no primeiro turno das eleições de 2026, sofre retaliações em outras frentes. O caso da Forte FM é um exemplo claro disso: uma cassação determinada por um órgão federal controlado por indicação política.

Para agravar o cenário, o governo estadual destinou, apenas este ano, R$ 37 milhões em comunicação — o mesmo valor que investiu em segurança pública. Um gasto que, para muitos, serve mais para construir uma narrativa positiva do que para resolver os problemas enfrentados pela população.

O Amapá, mais uma vez, aparece no noticiário nacional não pelo desenvolvimento que tanto precisa, mas como palco de censura e perseguição política. E a sociedade é obrigada a aceitar a versão oficial de que tudo não passou de tecnicismo burocrático. Difícil acreditar.

Durma com esse barulho.

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