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fake news
Conteúdo de utilidade pública. Aprenda a identificar fake news e procure alimentar sua mente da verdade.

Certa vez, recebi um e-mail da FENAJ pedindo que eu respondesse algumas perguntas sobre fake news para ajudar em um trabalho acadêmico de uma professora da UnB.
Respondi ao questionário, e uma das perguntas era mais ou menos assim:
"Como você pode ajudar a impedir a proliferação de fake news?"

Pensei que a melhor forma seria conscientizar os leitores, ouvintes e telespectadores sobre como identificar, minimamente, uma notícia falsa. É isso que pretendo fazer aqui.

O PAPEL DO JORNALISMO

O jornalismo estuda as técnicas de comunicação, busca a verdade dos fatos — ou diferentes perspectivas sobre o mesmo fato —, transforma os dados coletados em um texto chamado notícia e divulga-o em algum meio de comunicação, seja TV, rádio, jornal ou internet.

A notícia falsa não deve fazer parte da postura de um jornalista. Seria o mesmo que comparar um médico que, em vez de salvar, decide intencionalmente matar o paciente.

Infelizmente, a internet virou uma verdadeira “terra de ninguém”. Pessoas sem formação ou, pior, com formação e má-fé, espalham diariamente milhares de notícias falsas nas redes sociais. Para uma pessoa leiga, nem sempre é fácil distinguir o que é verdadeiro do que é falso.

COMO IDENTIFICAR UMA NOTÍCIA FALSA

Aqui vão algumas dicas essenciais:

  • O fato é a matéria-prima bruta. Se não existe fato, a notícia é falsa — não importa o formato ou quão “profissional” ela pareça.
  • Ouça todos os lados. Uma notícia séria ouve todas as partes envolvidas.
  • Identificação das fontes. Nome completo e função dos entrevistados devem estar claros no texto.
  • Crédito das imagens. Fotos precisam ter identificação de quem as registrou.
  • Objetividade e precisão. Notícias não devem conter opinião do jornalista. Opinião só cabe em textos opinativos — artigos, editoriais e crônicas.

Sempre que você ler ou assistir uma notícia, verifique se ela contém verdade, objetividade, precisão, identificação e créditos. Se faltar algum desses elementos, desconfie.

Outro ponto importante: notícias antigas publicadas como se fossem novas também são fake news. Mesmo que o conteúdo seja verdadeiro, fora de contexto pode induzir ao erro. Por isso, sempre confira a data de publicação — o tempo e o espaço alteram o significado de uma informação.

JORNALISMO PARCIAL E MANIPULAÇÃO DA AGENDA

Existe ainda uma linha tênue entre fake news e jornalismo a serviço de grupos ou ideologias.

Nesse caso, o veículo usa todas as técnicas jornalísticas, mas induz o público a conclusões favoráveis ao grupo que representa. Alguns exemplos:

  • Escolha seletiva de fontes: depoimentos que reforçam apenas uma visão, ignorando a outra.
  • Pauta direcionada: temas que atacam adversários do veículo ou favorecem aliados.
  • Tempo de exposição: escolher quanto espaço cada tema terá, desviando atenção de assuntos mais relevantes.

Quando vários fatos importantes estão acontecendo ao mesmo tempo, mas o jornal dedica espaço a pautas irrelevantes, temos o que se chama agenda setting — quando a mídia decide o que será debatido pela sociedade.
A internet e as redes sociais romperam, em parte, esse controle, mas no Brasil boa parte da população ainda se orienta apenas pela TV e grandes jornais, ficando vulnerável às omissões intencionais de determinados assuntos.

A LINHA EDITORIAL IMPORTA

Os títulos das notícias também sinalizam a linha editorial de um veículo. Por isso, observe atentamente:

  • Quais temas são recorrentes?
  • Como as fontes são selecionadas?
  • Há abertura para diferentes perspectivas?

Escolha veículos mais próximos de um jornalismo isento e invista em fontes que pagam o preço de informar com verdade, mesmo que isso vá contra o “pensamento único” imposto por muitos meios de comunicação.

Lamento informar que o comunismo se infiltrou nas universidades, especialmente nos cursos de humanas — e o jornalismo foi um dos mais afetados. Por isso, boa parte da mídia atual presta serviço à esquerda, consciente ou inconscientemente.
Instituições como Fenaj e Abraji, infelizmente, são alinhadas a essa agenda ideológica. Mas ainda existem profissionais e veículos comprometidos com a verdade. Quando os encontrar, valorize-os e faça deles sua principal fonte de informação.

Espero ter contribuído para que você identifique fake news e não as propague — nem mesmo para denunciá-las, pois muita gente lê apenas a manchete e acaba compartilhando a mentira.

O maior desafio é desenvolver uma percepção crítica do jornalismo tendencioso, que subestima a inteligência do público e tenta impor uma narrativa única.

Lembre-se: jornalistas são seres humanos, têm princípios e ideologias, mas o produto jornalístico deve buscar isenção, objetividade e respeito ao leitor, oferecendo a ele liberdade para refletir e formar sua própria opinião.

Se o que você consome é uniforme, fechado e sem espaço para debate, cuidado: isso não é jornalismo.
Jornalismo verdadeiro abre horizontes, não os limita.

Boa sorte nesse desafio, que talvez seja o maior da era digital.

Adriana Garcia

Jornalista na Amazônia

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