
Orla do Aturiá que deveria ter sido entregue em junho, agora que está fazendo o meio-fio e área de pequenique. Foto: site Agência Amapá
Faltando apenas um dia para a entrega da Orla do Perpétuo Socorro, internautas voltaram a lembrar a novela da Orla do Aturiá — aquela que o governo do Estado tomou da Prefeitura de Macapá e até hoje não entregou.
A pergunta que não quer calar é inevitável: como o prefeito Dr. Furlan consegue entregar mais de 1 km de orla com muito menos recursos, enquanto o governo, com muito mais dinheiro em caixa, segue patinando em obras, especialmente naquela que fez questão de tirar da Prefeitura e assumir como sua? A situação chega a ser vexatória.
Em 8 de fevereiro de 2024, o prefeito de Macapá assinou a ordem de serviço para a Orla do Aturiá, que já poderia estar pronta e entregue à população se o governo do Estado não tivesse entrado na Justiça para embargar a obra. Se o projeto tivesse avançado, hoje, com a Orla do Perpétuo Socorro concluída, toda a frente da cidade estaria 100% revitalizada, organizada e pronta para o lazer da população e o turismo.

Situação da orla do Aturiá em fevereiro de 2024 quando a prefeitura ia começar a obra e foi impedida. Governo segue sem entregar.
A Prefeitura havia planejado investir R$ 12 milhões na obra, com recursos de emenda do senador Randolfe Rodrigues e contrapartida do tesouro municipal. Porém, um dia após a assinatura da ordem de serviço, o governo do Estado ingressou com uma ação judicial reivindicando para si a responsabilidade pela orla, alegando que já havia R$ 29 milhões em emenda do senador Davi Alcomumbre destinados à obra — e que, se a Prefeitura continuasse, o povo perderia esses recursos.
Resultado: a Prefeitura recuou, e o governo assumiu o projeto. Mas, mesmo com R$ 29 milhões, o governador Clécio Luís não conseguiu entregar a tão prometida Orla do Aturiá — que, de tanto atraso, já virou meme nas redes sociais.
Enquanto isso, Macapá está cercada por obras prontas e entregues pela Prefeitura, e, bem ao lado delas, o que se vê são estruturas inacabadas do governo estadual, que estragam a paisagem urbana. O exemplo é claro: o Parque do Meio do Mundo e a Praça dos Povos contrastam com o Marco Zero do Equador, um dos pontos turísticos mais importantes do Amapá, que segue em obras.
Outro caso é o Teatro das Bacabeiras, fechado há mais de cinco anos. Só agora, após muita cobrança popular, o governador fez uma cerimônia para anunciar o início da reforma e modernização.
A discrepância entre as gestões municipal e estadual está estampada na paisagem da cidade — e também nas pesquisas de opinião. O atual prefeito, Dr. Furlan, lidera com 71% das intenções de votos válidos, enquanto o governador aparece bem atrás, com apenas 28%. Nada disso é coincidência.
As pessoas estão vendo, comparando e concluindo: de um lado, uma gestão que entrega; do outro, um governo que promete, atrasa e ainda tenta desmerecer o trabalho alheio.

Perpétuo Socorro: mais de 1km de orla será entregue pela prefeitura em menos de 7 meses de obras. Nas mãos do Dr. Furlan, Aturiá já estaria entregue há muito tempo.
Recentemente, o próprio governador chegou a chamar o Teatro Municipal de “puxadinho” — um comentário de quinta série que só piora sua imagem.
Ontem, em uma corrida de Uber, o motorista resumiu o sentimento popular:
“Se eu transporto mil pessoas e pergunto, mil dizem que vão votar no Furlan.”
Ou seja, na capital, o apoio é ainda maior do que os números das pesquisas indicam.
E, no caso das duas orlas, não há como negar: o governo não deixou a Prefeitura fazer a do Aturiá, disse que faria — e até hoje não entregou.
É difícil defender o indefensável. Hoje, a população de Macapá poderia estar recebendo 100% da orla do majestoso Rio Amazonas, revitalizada e viva. Mas, em vez disso, o que se vê são promessas não cumpridas e discursos vazios.
O povo já entendeu: quem entrega é o Dr. Furlan — e é por isso que muitos querem vê-lo no governo, para fazer o que Clécio só prometeu.
Adriana Garcia
Jornalista na Amazônia
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