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 democracia morreu

Quando um povo fica refém de um pequeno grupo de criminosos que ocupam as instituições, a democracia já morreu!

Enquanto tentam imputar golpe a Bolsonaro, aos militares ligados a ele e aos seus apoiadores que estavam presentes no 8 de janeiro, aqueles que dizem “defender as instituições democráticas” para justificar suas arbitrariedades já as implodiram de dentro para fora.

A destruição não contou com participação popular ou influência externa: aconteceu nos porões dos poderes, nas negociatas, nas chantagens, nos esquemas e no projeto de transformar o país em uma ditadura de dimensões continentais.

Quando políticos corruptos caem nas mãos de uma corte igualmente corrupta, o povo se torna uma multidão de ovelhas indo para o abate — condenado por crimes que sofreu, e não pelos que cometeu.

A Suprema Corte, há muito tempo, deixou de ser guardiã da Constituição. Tornou-se instrumento para inocentar criminosos e criminalizar inocentes, ao sabor de quem paga mais ou de quem lhe deve alguma coisa. Manipulam decisões políticas por meio de chantagens, abrem processos ilegais para punir opositores e engavetam os legais que incriminam aliados.

O país está rendido a um sistema que conseguiu destruir a democracia sozinho, ao mesmo tempo em que gritava, escrevia “cartinhas” e fazia discursos dizendo protegê-la. Atitudes de ministros se tornaram a personificação da lei — e quem ousa questioná-las precisa ser eliminado.

Essa implosão aconteceu primeiro na mente das pessoas: dividiram a sociedade, fizeram muitos acreditarem em mentiras vendidas como verdades absolutas, repetidas nas universidades e reverberadas por toda a máquina pública. Para eles, cometer crimes é virtude, desde que isso ajude a transformar o Brasil em uma “Cuba gigante”.

O problema se agrava porque eles controlam também a imprensa, que, em vez de denunciá-los, os elogia e reforça a narrativa de que o povo é o culpado. Foi de forma assustadoramente natural que a ministra Cármen Lúcia chamou os brasileiros de “212 milhões de tiranetes”.

Sair dessa espiral de engano precisa ser um esforço coletivo. Cada iniciativa isolada pode ser transformada em um novo “8 de janeiro”, com novas prisões ilegais e novos processos com aparência de constitucionais, mas que apenas atestam a falência das instituições que antes serviam como guardiãs da lei.

A implosão dessas instituições não teve participação da direita ou da chamada “extrema direita”, como insistem em repetir para gerar ódio e justificar o extermínio dessa parcela da população.

Um hospital onde médicos, em vez de curar, passam a matar, deixa de ser instituição de saúde e se torna local de extermínio — ainda que esses médicos tenham conhecimento para salvar vidas. O paciente não é culpado disso; ele é a vítima.

Com essa analogia, quero que o leitor entenda: quando instituições deixam de cumprir seu papel e passam a agir de forma oposta à sua razão de existir, tornam-se instrumentos de destruição da sociedade. Perderam o posto de guardiãs da paz, da harmonia e do equilíbrio social. Defender-se delas é questão de sobrevivência — não de rebeldia, golpe, fascismo, nazismo ou ameaça à democracia.

Não há mais instituição a defender. Elas já foram descredibilizadas e hoje são usadas para destruir a nação brasileira.

Goste você ou não de Bolsonaro, ele hoje simboliza o que estão fazendo com o país: calando, humilhando, impondo terror, torturando, prendendo e, se houver oportunidade, matando. Não terão piedade nem mesmo de parentes.

Quem acredita que, eliminando Bolsonaro, tudo voltará ao normal está redondamente enganado — e pagará um preço alto junto com aqueles que tentaram alertar. A história mostra que ditadores não recuam. O que virá será um avanço sem precedentes. Não haverá mais eleições, apenas uma encenação.

A chantagem que hoje domina Brasília já se multiplicou por todos os estados. O Judiciário está aparelhado para fazer a vontade dos ditadores, e qualquer um que ousar agir segundo a lei e a própria consciência corre risco de vida.

Não se salva o que já morreu. Não se respeita o que não existe mais. Democracia, instituições democráticas, Constituição — tudo isso faz parte de um passado remoto. Qualquer decisão que ignore essa realidade nos levará à frustração, ao estresse e até à prisão.

As pessoas que foram para as portas dos quartéis e subiram para a Praça dos Três Poderes estavam iludidas de que ainda vivíamos em democracia onde a livre manifestação é garantida. Pagam hoje com a própria vida por essa ilusão. Todos sabem que houve uma armadilha: portas abertas, policiamento quase inexistente, “serviço de garçom” prestado pelo general G. Dias, câmeras do Ministério da Justiça que sumiram. Não foram aquelas pessoas que destruíram a democracia — foi o próprio sistema.

Não há o que salvar do Estado Democrático de Direito. Os que dizem defendê-lo o destruíram com suas ações, perseguições, arbitrariedades e processos criminosos. Os que realmente acreditaram na seriedade desse sistema hoje estão mortos, presos ou exilados.

Já não havia “quatro linhas” para quem queria destruir a democracia, nem compromisso com a lisura eleitoral. O resultado estava encomendado desde que tiraram Lula da cadeia — e foi comemorado nas penitenciárias. PCC e CV circulam livremente nos palácios e palanques, lado a lado com o governo.

O erro de Bolsonaro foi tentar jogar dentro das quatro linhas um jogo cujas regras não existiam — ou eram impostas por apenas um dos lados. A empatia que os Estados Unidos demonstram por ele se deve ao fato de que, nesse cenário, ele foi o único a respeitar as leis do país e hoje paga o preço com uma condenação absurda.

A única luta que ainda vale é pela libertação da nação — que existe antes do Estado, das instituições e dos tribunais, e que deve ser servida por eles, e não escravizada por eles. Essa luta precisa ser coletiva, como um só corpo, para que não se transforme em nova repressão.

Hoje, as instituições brasileiras são motivo de chacota mundial — e a culpa é de quem está dentro delas, não de quem está fora.

Adriana Garcia

Jornalista na Amazônia

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