
Com a narrativa de "salvar as instituições", estão torturando pessoas a quem as instituições deveriam servir e proteger
Definitivamente, estamos diante da maior tortura de todos os tempos. Vai além de uma injustiça, de um equívoco jurídico. Faz parte de um plano macabro. Não foi um homem que o Supremo condenou. Foi uma nação inteira — com exceção dos cúmplices desse crime que viola todos os direitos humanos!
É cansativo falar das falhas; esse golpe foi inventado para executar uma condenação encomendada e com data marcada. Particularmente, não tive condições emocionais de assistir nem cinco minutos desse teatro diabólico em que a repetição da mentira se tornou uma verdade que muitos defendem, babando de ódio.
O país está de luto, não apenas por esse desfecho — ele só prova que, internamente, não há a quem recorrer. O luto é por percebermos que estamos reféns das tais “instituições democráticas” enquanto elas atropelam nossos direitos mais básicos. Luto porque a politização judicial só está começando e se espalhará por todos os estados. Luto porque assistimos, com espanto, pessoas más, soberbas e cruéis avançando em sua malignidade com a tranquilidade de quem tem certeza da impunidade.
Meu luto é pela decadência da própria humanidade que celebra o extermínio de quem diverge de opinião; que festeja a morte de um jovem pai, ficha limpa, conservador, cristão — como se esse ato pudesse melhorar suas vidas de alguma forma! Luto porque essa sede por destruir a parte da sociedade que ainda tem sensatez e coragem para fazer o que é certo pode desencadear muitos outros assassinatos pelo mundo, deixando-o ainda mais nas trevas do que na luz.
Luto porque não podemos mais ensinar aos nossos filhos que o crime não compensa — pois, ultimamente, esta tem sido a única coisa que compensa no Brasil. Afinal, ser honesto, jogar dentro das quatro linhas e denunciar erros dá cadeia para septuagenários.
Luto enquanto luto para acreditar que ainda teremos a liberdade de dizer que o certo é certo e o errado é errado sem sermos mortos, presos, caluniados ou difamados; sem termos nossa vida destruída. Se fizeram isso com essas pessoas, o que farão conosco? Quem terá coragem de continuar na vida pública se não é corrupto, criminoso, se não é da esquerda? Esse espaço só é permitido a quem tem diálogo cabuloso com o tráfico — e ainda há quem acredite em soberania.
Somos um narcoestado e a elite sustentada por ele — e que o representa — está em festa hoje! Ela segue acelerada para continuar destruindo o país em nome do respeito às tais “instituições”.
No Nepal, o povo deu seu recado às “instituições” que os oprimem sem dó nem piedade. Toda ação gera uma reação, e lá o povo provou que seu tamanho e seu poder são maiores do que “o Estado democrático de direito” que lhes tomou direitos, encheu-lhes de deveres e os jogou na miséria. Eles estão destruindo parte do patrimônio para terem a chance de continuar livres em suas almas e, um dia, reconstruírem o que queimaram — mas ocupado por almas humanas e não por tiranos desalmados.
Eles deram o recado de que as instituições servem ao povo e não o povo às instituições. Enquanto no Brasil uma parte celebra a injustiça e a outra se divide entre desespero e orações indignadas, aprendemos tarde demais que manifestação na Paulista cantando o hino nacional e medindo as palavras ao falar dos algozes não liberta uma nação. Hoje, ela foi para o matadouro — não muda — mas ficou a sensação de que não valeu a pena escolher o bem, a paz. O riso do ímpio, o deboche e o escárnio ora soam como um filme de terror para quem assiste, ora se tornam uma sentença autoimposta que o tempo se encarregará de cumprir. Seguimos, sem entender o poder que temos. Como um elefante preso a uma cadeira de plástico, não vemos solução, não nos movemos e, incrédulos, nos acomodamos.
A melhor maneira de destruir um rebanho é ferindo o pastor! Ainda que tenhamos maioria, precisamos de uma direção — e ela nos foi arrancada. Parece um pesadelo, mas é real, e muitos já sentem o peso dessa perseguição de perto!
O Brasil foi proibido de escolher quem quer para governá-lo enquanto as “instituições” seguem intactas e aqueles que as compõem agem como se nada de errado estivesse acontecendo. É quando o mal se torna tão normal que nem o percebem. É o que a Bíblia chama de consciência cauterizada.
Sem soberania, sem democracia e com meia dúzia de tiranos de togas — garantidores das liberdades dos criminosos e da prisão de inocentes —, restando um povo que se orgulha de ser pacífico, ainda que para se manter assim seja sacrificado, resta acreditar que o homem laranja que desarticulou bombas atômicas no Irã desfará os planos de destruição do Brasil. Ainda que seus motivos sejam proteger seu próprio povo e nação, ele nos ajudará de uma forma que ninguém mais poderia. Talvez tenha sido um erro tentar provar que somos de paz. Quem realmente quer paz deve estar preparado para a guerra e não para a servidão. Talvez uma faísca de esperança seja justamente parar de tentar provar quem não somos diante de acusações que eles sabem serem levianas.
Certa vez, fui vítima de várias acusações levianas — uma tentativa de me fazer desistir de um processo, de um direito. Fui tentada a cair nessa armadilha de “provar” que não sou o que fui acusada de ser. O Brasil de direita passou todos esses anos sendo acusado de muitas coisas e gastou suas energias para provar o contrário. E restou a ele pagar o preço alto por algo que não cometeu. O Brasil caiu na armadilha por não ter ainda identidade própria. Tem hino, tem bandeira, mas nunca teve que lutar para manter-se como povo e, por qualquer coisa, se dividiu e enfraqueceu.
Começo a acreditar que somente em meio à guerra um país consegue valorizar a paz. Evitando-a, ele jamais terá essa paz. Viverá eternamente pisando em ovos e sentindo orgulho de sua própria covardia. Não há como sermos uma grande nação economicamente antes de nos tornarmos combatentes por nossa própria liberdade. Nos foi imposta uma guerra em que “os inimigos são os de dentro da própria casa”, e isso só mostra quão ingênuos e despreparados ainda estamos para construir a nação que sonhamos.
É tarde, mas talvez precisasse ser tarde para reagirmos como devemos — enquanto povo, enquanto nação — e lutarmos contra os algozes que se escondem atrás das “instituições”. Trump pode até abrir o pico na estrada, chegar com uma luz no final do túnel, mas cabe a cada um de nós nos posicionarmos nessa guerra e decidir de que lado vamos lutar: contra ou a favor do nosso futuro? Contra ou a favor da justiça e da verdade? Não existe mais a opção de vencermos sem enfrentar os inimigos internos, e a ajuda dos amigos externos será determinante!
Aos que sorriem com a injustiça e a tortura cometidas contra Bolsonaro e os seus aliados: cada gargalhada é um convite para que a mesma injustiça chegue até vocês. Aos que choram e têm sede de justiça, Jesus disse que seremos saciados; mesmo que não vejamos, devemos crer. Pois a fé nos sustenta e nos faz prosseguir até que brote a esperança e o amor de verdade vença!
Adriana Garcia
Jornalista na Amazônia
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