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 fui eu

Essa conquista foi de muitas mãos, daqueles que com coragem defenderam os interesses do Brasil e não de ONG's. 

A autorização do Ibama para que a Petrobras inicie a pesquisa de petróleo na Margem Equatorial reacendeu velhas disputas, expôs hipocrisias e trouxe à tona os verdadeiros protagonistas dessa luta. Um dia depois da decisão histórica, vozes se levantam — algumas por mérito, outras por conveniência. Este artigo registra as reações, revela bastidores e questiona: quem realmente lutou pelo Amapá e quem agora quer apenas posar como herói?

A importância de registrar a história

É importante, como jornalista, registrar tudo que personalidades importantes falaram nas últimas 24 horas após, finalmente, o Ibama decidir permitir que a Petrobras comece a pesquisa. Essa luta pela exploração do petróleo nessa região é muito antiga, mas, infelizmente, ficou trancada a sete chaves.

Lembro que, em uma das palestras que fui na OAB/AP sobre o tema, Carlos Alvarenga, que foi presidente do SEBRAE por duas décadas, disse que, mesmo ocupando aquela posição estratégica, não havia sido informado sobre as tratativas e as possibilidades iminentes de explorar petróleo na costa do Amapá em meados de 2013. Constrangido, soube por terceiros do que estava sendo discutido no Amapá ao participar de uma feira de petróleo no Rio de Janeiro.

“Por que guardar isso em segredo dentro do nosso estado? Seria para dividir os ganhos somente com um grupo pequeno?”, questionou.

E eu me pergunto: como estaríamos agora se, desde aquela época, todas as decisões tivessem sido tomadas para que hoje o estado estivesse totalmente preparado para essa gigantesca indústria de O&G?

Os verdadeiros responsáveis pelo atraso

É revoltante perceber que os governantes da época são agora os primeiros a se colocarem como pais da criança. Mas, se depender de mim, serão desmascarados, pois nada fizeram para que as pessoas daqui pudessem agora ocupar as principais vagas e oportunidades.

Sem falar que sequer terminaram a obra mais antiga do Brasil, com quase 100 anos, a BR-156, que liga a capital ao Oiapoque e que recentemente foi palco de desvio de dinheiro público.

Aliás, todos os que hoje se vestem de laranja com o uniforme da Petrobrás e fazem aquele marketing, também são os mesmos que apoiam e integram o governo corrupto do PT, que saqueou a Petrobras e a depenou de uma forma que só mostra a capacidade desse grupo político de transformar as potencialidades do país em fonte de lucro pessoal.

Nós sabemos o que cada um deles fez no verão passado — e esse momento precisa ser lembrado!

A conta que chegou: o preço da má gestão

O atual governo e seu grupo político não ampliaram a saúde, nem a educação no estado. Não melhoraram a segurança, tampouco a infraestrutura. Agiram como se não soubessem que esse dia chegaria — sendo que sempre souberam.

Isso é de uma falta de escrúpulos até difícil de dimensionar. A má gestão desse estado nos últimos 30 anos vai custar muito caro agora, e o povo não pode tratar como heróis os que, na verdade, lutaram contra no passado e atrasaram ao máximo o desenvolvimento, mas agora arrogam para si a fama de terem sido os heróis dessa vitória.

Não há bons moços nesse grupo! Há gestores e legisladores que devem muito ao nosso Estado e que nem a vida inteira deles será suficiente para reparar esse dano.

O que precisamos é alertar a sociedade para que, mais uma vez, ela não seja enganada e aplauda — e até reeleja — os que são culpados da falta de preparo e de tantos anos em que esse desenvolvimento já deveria ter sido realidade.

Quantas vidas poderiam ter sido salvas com saúde, segurança, estradas e oportunidades de trabalho? Quantos amapaenses não teriam morrido pela negligência de quem preferiu alimentar o crime e a dependência de esmolas do Estado?

O medo que volta a rondar: o destino dos royalties

Usam a pobreza do Amapá para trazer mais e mais recursos, mas o povo não sente os benefícios desses recursos. Agora, o grande medo que assombra a população é que os royalties tenham outro destino e, mais uma vez, o povo fique de fora.

O respeito aos verdadeiros cientistas amazônidas

Gostaria de iniciar esse artigo valorizando dois cientistas que têm o meu respeito e que, muitas vezes, ao longo dessa jornada, foram preteridos. As decisões do Brasil foram tomadas baseadas em cientistas de fora, que não conhecem a realidade da Amazônia e não têm nenhum interesse em vê-la desenvolvida.

São cientistas que servem a uma agenda ambientalista que impõe ao Brasil uma responsabilidade que não é sua — a de salvar o mundo e garantir o equilíbrio do clima. Essa é a maior farsa de todos os tempos, e tem nos custado atraso econômico, social e ameaça à nossa segurança energética.

Dr. Luis Ercilio: o desmascarar da farsa dos corais

O professor Dr. Luis Ercilio, exímio estudioso da Amazônia e amazônida que formou milhares de geólogos ao longo de sua trajetória docente, foi quem desmascarou a farsa dos corais na Amazônia.

Na data de ontem, ele se sentiu, finalmente, vislumbrando a possibilidade de desenvolvimento do seu povo:

“Essa luta é muito antiga. Felizmente hoje nós estamos satisfeitos e felizes, mas há pelo menos 50 anos que a gente espera ver o petróleo jorrar aqui na nossa região para alavancar o desenvolvimento que a gente pretende que seja mais organizado do que como foi por aí. A vitória é do desenvolvimento. É isso que nós queremos, vamos sair dessas condições que vivemos hoje, porque pior do que está não vai ficar.”

Dr. Allan Kardec: energia e soberania nacional

O pós-doutor em energia e presidente da Gasmar, Dr. Allan Kardec, amazônida e maranhense, também comemorou:

“Hoje é um dia histórico, não só do Amapá, mas da História nacional.  Eu tenho a convicção de que hoje o Amapá não só dá um passo em sua própria história, mas ajuda no compromisso de sustentar o Brasil na economia e na sustentabilidade ambiental. A turma que foi derrotada vai reagir, mas eles representam interesses internacionais, não os do Brasil, e muito menos os nossos, amazônidas.”

Esses cientistas tiveram coragem de se posicionar contra as fake news encomendadas e insistiram em falar a verdade sobre as questões ambientais, técnicas e sobre a evolução das várias formas de energia.

O confronto com a farsa da “transição energética”

Ambos lutaram contra termos vazios — muitas vezes terminados em “climática” — criados para internacionalizar a Amazônia e impor ao povo daqui a responsabilidade de salvar o clima, enquanto o próprio povo é o sacrifício dessa agenda imposta por países que já devastaram suas florestas.

Eles também questionaram a chamada transição energética, que presume abandonar uma fonte para adotar outra. Na verdade, não existe energia certa ou errada — existem fontes complementares, que devem coexistir conforme o mercado e a necessidade.

Esses ensinamentos me permitiram exercer o papel de comunicadora social com responsabilidade, refutando uma agenda internacional e informando a população com a verdade.

O empresário da Indústria de O& G, Sérgio Williams, com 47 anos de experiência, paraense, chegou em Macaé  ainda adolescente, acompanhando seu pai que era petroleiro, também comemorou essa oportunidade  de a chegada do desenvolvimento em sua região. "Fico totalmente contente e me sinto vencedor junto com a população do Norte, e meus conterrâneos paraense, com esse presente de DEUS, que foi direcionar essas riquezas nas costa do norte desse imenso e lindo país que se chama Brasil. Vou continuar colaborando para o crescimento do emprego, renda e preparação dos empresários do norte, para que possa atender essa imensa indústria de Óleo e Gás, que trará riquezas, desenvolvimento, melhoria no sistema de saúde e educação"

Brasília: a luta política reconhecida

Em Brasília, o senador Lucas Barreto é, sem dúvidas, o ícone dessa luta. Ele declarou:

“Enfim, meus amigos, chegou o dia que muitos duvidavam. No limite do prazo do contrato da sonda, veio a notícia esperada. O Ibama autorizou a Petrobras a iniciar a prospecção de petróleo e gás na margem equatorial em águas profundas do Amapá. Foram anos  de luta e resistência em defesa de um desenvolvimento que  une proteção ambiental e justiça social. Enfrentamos o ambientalismo de gabinete e o silêncio dos que hoje aparecem para comemorar, mas se calaram quando o Amapá mais precisou, sobretudo, diante das tentativas do IBAMA de criar reservas que nos negariam o direito ao progresso. O Amapá mostra que é possível proteger a natureza e gerar riqueza com justiça social. Hoje abrimos uma nova página, o primeiro passo de uma era de prosperidade e esperança.”

Silvia Waiapi: soberania e coragem na defesa da Amazônia

A deputada federal Silvia Waiapi, que lutou bravamente contra os interesses externos e em defesa da soberania nacional, também celebrou o dia histórico:

“Quando analisamos a liberação da exploração do petróleo na nossa região, temos que lembrar o quanto de prejuízo a Petrobras teve por aluguel de sonda por dia.  Organizações não governamentais internacionais criaram obstáculos para impedir o desenvolvimento econômico da Amazônia. É preciso prestar atenção nos representantes no parlamento que fizeram de tudo no passado para bloquear isso e que agora estão festejando, mas foram os mesmos que  impuseram sobre o Amapá a narrativa de presença de corais para impedir o desenvolvimento econômico. Essas personalidades agora festejam, e se apresentam para dizer que elas estiveram à frente dessa liberação. Não! Elas sequer travaram duelo, sequer participaram de reuniões com a sociedade. Pelo contrário, elas sim fortaleceram as narrativas contra o desenvolvimento econômico do Amapá a começar por várias e várias reservas ambientais e marinhas que agora iam impor sobre nós,  justamente para servir de obstáculo à exploração de petróleo e a economia do Brasil. 

Ela ainda destacou:

“A exploração na costa do Amapá vai beneficiar o Brasil inteiro, pois dependemos do combustível fóssil. Nós precisamos dele para a gasolina, para o óleo diesel, para o óleo de avião, e nós mais ainda, que não temos acesso ao resto do Brasil a não ser por embarcação ou avião.  

Os prejuízos ao Brasil  e ao Amapá nesses 10 anos de espera, dariam para resolver o problema de esgotamento sanitário no Estado do Amapá, Nós não temos sequer 50% de saneamento na capital. Nós chegamos agora a 7,9% graças à privatização. Então é uma vergonha quando personalidades  dizem que defendem o meio ambiente ou o interesse do povo  e condenam esse povo à miséria absoluta e extrema. Eu quero lamentar que tenha sido uma luta travada de tantos e tantos anos contra a opinião de imbecis”. 

Macapá se prepara para o novo ciclo econômico

O prefeito de Macapá, Dr. Furlan, também comemorou:

“Recebi com muita felicidade a autorização do Ibama para que a Petrobras possa perfurar e fazer os estudos necessários para a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas. Macapá já firmou parceria com Macaé e está fazendo o seu dever de casa para ser a solução logística natural para esse polo industrial da margem equatorial.”

A primeira-dama, Rayssa Furlan, também se manifestou:

“Notícia boa para o Amapá!  Estamos preparados para este momento histórico e seguimos firmes no compromisso de garantir que o povo amapaense esteja no centro desse processo.”

A verdadeira vitória: do povo e dos que resistiram

Há muitos nomes e instituições que poderiam ser citados aqui, mas não o farei para não pecar deixando algum de fora. O certo é que os que lutaram foram os que tiveram coragem de conscientizar a população, que entendeu e fez a pressão necessária para que isso acontecesse. A sociedade civil organizada no Amapá lutou bravamente para que essa licença acontecesse.

Os oportunistas de última hora

Ouvi uma fala do senador Davi sobre o tema, e ele mostrou completo desconhecimento de uma informação básica. Ao citar países vizinhos que exploram o petróleo, mencionou Suriname e Guiana Francesa — sendo que é a Guiana Inglesa que explora petróleo, e não a francesa.

Essa é uma prova de que ele nunca esteve envolvido nas discussões que tornaram a exploração inevitável, diante dos argumentos da sociedade civil organizada e das personalidades que realmente se debruçaram sobre o tema.

Foi uma vitória de muitas mãos — mas algumas pessoas só aparecem agora, e outras só aparecerão depois, quando os royalties começarem a chegar.

Só espero que a sociedade amapaense saiba discernir aqueles que estão de fato do lado dela e aqueles que apenas sabem encenar muito bem.

Adriana Garcia

Jornalista na Amazônia

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