O recado claro que o mundo entendeu e muitos brasileiros se fazem de desentendidos. Sem liberdade, não há economia.
Faltam dois dias para a aplicação do tarifaço. O governo brasileiro teve 22 dias para fazer algo simples: voltar a cumprir a própria Constituição. Diante da omissão, foi Donald Trump quem tentou dar um empurrão para que o país resgatasse ao menos uma parcela da sua soberania – a de ter leis que funcionam e que valem para todos.
Vivemos mais um escândalo de corrupção, mas com um alvo diferente: desta vez, o assalto foi direto no bolso dos aposentados. Estatais acumulam prejuízos, e a única “solução” do Executivo é arrecadar mais, sufocando empresas, reduzindo o poder de compra do cidadão e gerando ainda mais desemprego. Enquanto isso, milhões são gastos para vender ao mundo a imagem de um Brasil fictício, onde o desemprego caiu e o país “saiu do mapa da fome”. A aposta é que a população acredite nesses números encomendados, e não na realidade que sente na pele.
A imposição do IOF já havia sido um golpe mortal na economia, decidida por um juiz sem voto, num ato arbitrário e criminoso. Não foi um erro ou burrice – foi parte de um plano. Quem ainda não percebeu isso continua debatendo soluções óbvias, que jamais serão aplicadas por aqueles que lucram com o caos. Para eles, o problema precisa crescer. E nós, cidadãos, somos apenas detalhes irrelevantes nesse cenário.
Por isso, antes de falar do tarifaço de 50%, é preciso reconhecer que o Brasil já estava quebrado moral e economicamente, refém de um Judiciário que age como puxadinho do Executivo, anulando decisões do Legislativo para levar adiante um projeto claro: destruir a nação. A decisão de Trump só muda uma coisa – agora, o governo tem o bode expiatório de sempre: Bolsonaro. Assim, desvia o foco da exigência real feita pelos EUA: que parem as perseguições políticas que já extrapolaram todos os limites.
Não se fala mais no rombo dos aposentados, nem na imposição do IOF. A narrativa oficial agora é que “o tarifaço vai quebrar o Brasil”. Mas a verdade é outra: o Brasil já estava sendo quebrado, e os culpados têm nome, CPF e cargo público. O problema nunca foi Trump – ele apenas apontou a ferida e apertou onde dói para que o país volte a respeitar a própria lei.
A verdade que a imprensa não diz
A direita não apoia o tarifaço. Diferente da esquerda, ela não idolatra impostos e taxas. A direita lamenta que a situação tenha chegado a esse ponto e se envergonha que um presidente estrangeiro precise agir para conter os desmandos de ministros do STF, enquanto o Senado assiste, omisso e cúmplice. As consequências do tarifaço atingirão todos, inclusive a direita. Mas existe um alívio em saber que, finalmente, o mundo reconhece a ditadura que se instalou no Brasil. As sanções impostas por democracias estrangeiras são a prova cabal disso.
Se o país não retomar a normalidade jurídica, perderá parceiros comerciais – os EUA são apenas o primeiro a reagir. A culpa não é de Trump. A culpa é dos nossos representantes, que deveriam afastar ministros que rasgam a Constituição, mas preferem se esconder em hotéis nos EUA fingindo que fazem algo. É nossa culpa, por elegermos senadores que nada fizeram contra a interferência de Barroso nas eleições, impedindo o voto impresso auditável já aprovado pelo Congresso. Trump apenas está tentando conter as consequências da nossa omissão coletiva.
Trump sabe o que Bolsonaro e a direita enfrentam. Ele próprio foi vítima das mesmas perseguições na maior democracia do mundo. Ele conhece o risco real de o Brasil virar uma ditadura e tenta evitar isso. E quando se quer mudança, mexe-se onde dói: no bolso. Foi o que ele fez, convidando o Brasil a respeitar suas próprias leis – ou amargar os prejuízos de não fazê-lo.
Dois presidentes, dois pesos, duas medidas
Hoje temos dois ex-presidentes em situações opostas:
Lula – condenado em três instâncias, reconduzido ao poder por um ministro que prende idosas inocentes e conduz inquéritos ilegais para perseguir opositores.
Bolsonaro – inocente, sem condenação, alvo de um inquérito ilegal, forçado a usar tornozeleira como se fosse um criminoso, e já sendo eliminado do páreo para 2026.
O Brasil está entregue a cleptocratas e ditadores, enquanto a principal oposição é silenciada. E a maioria da população que apoia Bolsonaro é tratada como inimiga do Estado. De que lado deveria estar um verdadeiro democrata como Trump?
Não se trata de submissão aos EUA – submissos já estamos, a outras ditaduras e a um sistema interno corrupto. O que está em jogo é: a quem o Brasil vai se entregar? À China e a regimes autoritários que querem nos comprar? Ou às regras de um país livre que quer negociar conosco como parceiro e não como dono? Diz-me com quem andas que te direi quem tu és.
A conta dupla que já pagamos
O povo brasileiro já paga duas vezes. Na economia – cada dia mais inviável, mesmo com todo o potencial do país. E na liberdade – vivendo sob a ditadura da toga que cala, persegue, prende inocentes e amedronta.
Sem renda e sem voz, o Brasil caminha para se tornar uma Venezuela continental. Tudo isso para manter no poder um ministro do sistema que prende idosas e destrói adversários políticos, enquanto pinta de “monstro” aquele que tentou nos resgatar.
O tarifaço pode ser resolvido imediatamente: basta uma anistia ampla, geral e irrestrita aos presos políticos e a garantia de eleições limpas. É só cumprir o que a Constituição já determina – e o Brasil será o maior beneficiado. Mas reconhecer isso é admitir que o governo atual é uma farsa do início ao fim. Por isso, preferem afundar o país a perder o poder.
Trump apenas acendeu o alerta. A escolha agora é nossa: continuar pagando duplamente essa conta ou exigir que a lei volte a valer para todos. A liberdade e a prosperidade do Brasil dependem disso.
Adriana Garcia
Jornalista na Amazônia
www.palavrasdeadrianagarcia.com
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