
Cãmara de Vereadores sendo usada para cassar prefeito que ameaça grupo político de Alcolumbre nas eleições de 2026.
Pouca gente de fora do Amapá sabe, mas este é um dos estados mais ricos do Brasil em recursos que o mundo inteiro cobiça: minerais, pedras preciosas, petróleo e biodiversidade. Ainda assim, seu povo — que não chega a 1 milhão de habitantes — vive na miséria, enquanto as oligarquias políticas acumulam mansões no estado, em outras regiões do país e até no exterior. Essas famílias mantêm seus eleitores em cativeiro político, dependentes de benefícios sociais ou contratos administrativos. O resultado é um cenário onde a maioria se acostumou a votar movida pelo medo: medo de perseguição, de retaliação e de perder o “ganha pão”.
O problema é que, mesmo se mantendo no poder por essas práticas, os grupos tradicionais nunca ofereceram serviços públicos de qualidade, nem cumpriram as promessas feitas em campanha. Esse ciclo começou a ser quebrado em 2020, quando o Dr. Furlan foi eleito prefeito de Macapá. Diferente de seus antecessores, passou a trabalhar pela melhoria dos serviços públicos, a entregar obras e a investir de fato na qualidade de vida da população. Foi um divisor de águas na política local e, naturalmente, incomodou o grupo do atraso, composto por Alcolumbre, Randolfe, Waldez e Clécio — orgulhosamente anunciados como a base de Lula no Amapá. Só isso já explica muito.
Em 2024, Furlan foi reeleito com 204.291 votos, o que representa 85% dos votos válidos — um feito inédito. Para quem vive em grandes metrópoles, pode parecer pouco, mas aqui isso foi histórico. Sempre prevaleceu a falsa concorrência, em que as pessoas votavam por medo ou necessidade, optando pelo “menos pior”. Desta vez, a população votou com convicção, escolhendo quem de fato merecia. O resultado elevou o nível de exigência dos cidadãos e transformou o prefeito no nome natural para disputar o governo em 2026.
Esse avanço abalou as estruturas da velha política, que agora se movimenta para impedir que Furlan seja elegível — e, caso seja, que não vença. A semelhança com o que acontece em Brasília não é coincidência, já que alguns dos atores são os mesmos: Alcolumbre, presidente do Senado; Randolfe, líder do governo; e Waldez, ministro.
Foi nesse contexto que, no último domingo, uma cilada foi armada contra o prefeito. Uma equipe de imprensa sem identificação e sem credibilidade no estado provocou um tumulto durante um evento público onde costumam estar apenas apoiadores. Houve a provocação e a reação. Ainda não existem imagens de todos os ângulos que permitam uma conclusão definitiva, mas os indícios apontam para uma armação. Prova disso é que, no mesmo dia, veículos da imprensa nacional já repercutiam o caso, tentando imputar ao prefeito o crime de violência contra jornalista em exercício da profissão — uma acusação leviana para quem presenciou a cena.
Na terça-feira, a Câmara Municipal, comandada por Dalua — colocado no cargo por Alcolumbre que também tem sob controle a presidente da Assembleia Legislativa —, votou a abertura de processo administrativo contra o prefeito, mesmo sem qualquer investigação concluída. Com a casa lotada de apoiadores de Furlan, ainda assim o presidente insistiu e conseguiu os 12 votos necessários, inclusive o dele próprio. Assim, ignorou-se a vontade expressa de 85% da população e, em nome de um suposto zelo pelo decoro, atropelou-se a soberania popular.

Vereadora Luana Serrão teve sua fala negada. Como mulher, queria defender as duas mulheres agredidas no episódio.
O resultado foi uma onda de revolta nas redes sociais — exatamente o espaço que o governo Lula e seus aliados querem regular, por ser hoje o único instrumento real de voz do povo. Afinal, todas as demais instituições estão aparelhadas ideologicamente, servindo apenas para manter um lado no poder e criminalizar quem se opõe.
É importante lembrar: o prefeito Furlan sempre foi respeitoso com a imprensa, nunca teve histórico de agressão e é querido por todas as classes sociais. Ele mesmo reconheceu que, ao tentar defender duas mulheres durante o episódio, se excedeu, pediu desculpas publicamente e explicou a situação. Ainda assim, a Câmara insiste no absurdo processo, servindo de capacho para as oligarquias.
No dia seguinte, movimentos espontâneos de apoio ao prefeito surgiram em toda a cidade, denunciando a tentativa de golpe e ditadura política em curso. Vídeos circularam mostrando o jornalista envolvido, Heverson Castro, sendo confrontado na Assembleia Legislativa pelo deputado estadual Roberto Góes — que, vale ressaltar, não é aliado de Furlan. Roberto disse claramente:
“Isso não é jornalismo, não é imprensa séria. Um dia tu estavas do lado do Furlan, hoje tu estás contra. Tu já atacaste o Clécio e agora estás ao lado dele. Quem conhece tua história sabe como tu age. Eu já fui vítima do mesmo sistema.”
Também circulam vídeos antigos em que o mesmo jornalista aparece elogiando e entrevistando o prefeito, o que revela sua conduta oportunista. Para piorar, um áudio atribuído a ele e a aliados circula nas redes, sugerindo que receberam R$ 60 mil para executar a armação.
Essa novela está longe de terminar. O que já se sabe é que boa parte da Câmara de Vereadores está completamente descolada dos interesses da população e subordinada a ordens de um grupo político. Os 85% de eleitores do Furlan prometeram não esquecer esses nomes que, segundo eles, serão extirpados da vida pública por causa desses votos. Há previsão de manifestações para os próximos dias, em apoio às mulheres agredidas e ao prefeito Dr. Furlan.
Enquanto isso, o prefeito ganha ainda mais apoio popular, com pessoas dispostas a ocupar as ruas para impedir qualquer tentativa de afastá-lo ou inviabilizar sua candidatura em 2026. O efeito da manobra acabou sendo o contrário: Furlan saiu ainda mais fortalecido. E, para completar, essa postura da Cãmara, alertou os eleitores de que se eles querem que o Dr. Furlan governando o Estado sem ser perseguido por deputados e senadores, precisam de uma força-tarefa para elegerem somente quem vai apoiar a gestão e não quem servirá para causar entraves e atrapalhar os avanços que o Estado precisa.
Dr. Furlan é reconhecido como um gestor pragmático e tem a adesão de pessoas de vários expectros políticos cujo ponto em comum é, de fato, ver o Amapá crescendo, se desenvolvendo, produzindo.
Fica a pergunta: por que, diante de dezenas de veículos de imprensa correndo para acusar o prefeito, ninguém se preocupou em ouvir as mulheres envolvidas? O Agosto Lilás é "só pra inglês ver?" A hipocrisia se agravou na Cãmara quando não foi dada oportunidade para as vereadoras se pronunciarem, mesmo com o pedido de Luana Serrão, que teve sua solicitação negada. O presidente Dalua ignorou completamente o fato de que o episódio em questão também envolveu violência contra duas servidoras da prefeitura.

Dalua ignora as duas mulheres que sofreram agressão e cala a vereadora Luana Serrão em pleno agosto Lilás
Quanto à FENAJ e à ABRAJI, que se pronunciaram em defesa de profissionais desacreditados por sua própria conduta antiética, a seletividade é gritante. Ao agir dessa forma, esses órgãos apenas confirmam que estão a serviço de um projeto político, e não da defesa real da democracia ou da imprensa livre.
Adriana Garcia
Jornalista na Amazonia
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