Após ouvir do Senador Plínio Valério que a mulher merecia respeito, mas a ministra não, Marina saiu do recinto.
Aprendi que honrar a pessoa errada é um ato de autodesonra. E foi exatamente isso que me veio à mente ao assistir à audiência pública e à reação de Marina Silva, que se disse desrespeitada. É verdade: ela merece respeito — mas não do povo brasileiro. Ela merece, sim, aplausos de pé das ONGs internacionais e das elites globalistas. Afinal, a quem honra, honra.
Ser a maior defensora de interesses externos enquanto ocupa um ministério no governo brasileiro exige uma coragem — ou cara de pau — que poucos têm. Ignorar o parlamento brasileiro e, ao mesmo tempo, se curvar a uma agenda que claramente prejudica o país não é, nem de longe, uma atitude digna de reverência. O tapete vermelho, sem dúvidas, deve ser estendido por aqueles que a financiam e se beneficiam de suas decisões — e não por quem sofre as consequências delas.
Ao ser questionada, Marina recorreu aos rótulos que sempre a blindaram. Um deles é o fato de mulher. Escudo conveniente para se vitimizar e desviar do essencial — as respostas que não deu. Preferiu se alterar, elevar o tom e partir para o chilique, ao invés de cumprir sua obrigação: prestar contas ao povo, representado pelos senadores.
Sua mistura de arrogância e vitimismo levou o senador Plínio Valério a se antecipar, afirmando que ela merecia respeito como mulher, e não merecia respeito como ministra. Mas, convenhamos, não há por que justificar-se com quem já entrou no debate com a sentença pronta. Qual a obrigação que um senador tem de tratar com deferência uma ministra que, na prática, atua contra os interesses do próprio país? Sobretudo quando é justamente no exercício do cargo que ela causa tanto dano ao desenvolvimento nacional.
Para quem já opera dentro de uma narrativa pré-fabricada, as falas de Plínio foram um verdadeiro presente. Permitiram que ela saísse da audiência encenando o papel de injustiçada, alimentando sua aura de vítima — combustível perfeito para os discursos hipócritas da mídia aliada e das celebridades políticas de plantão. Gente que, por conveniência, finge esquecer as inúmeras ministras já demitidas por esse mesmo governo, muitas delas alvo de humilhações públicas, sem que ninguém soltasse uma nota de solidariedade.
Tudo não passa de um velho teatro, com um roteiro esgotado, onde os protagonistas posam de adversários, mas comem no mesmo prato. Um prato farto, financiado pelo mesmo sistema que nunca permitiu ao Brasil se tornar uma potência. Um sistema que mantém, há séculos, uma falsa aparência de soberania, enquanto sustenta, na prática, um país submisso, colonizado e governado por quem se ajoelha aos interesses externos.
Marina foi chamada para responder e não suportou sequer as perguntas — inclusive as feitas por aliados do próprio governo. Quando se recusa a ouvir a vontade da maioria, o chilique e o vitimismo se tornam a saída mais confortável para quem já perdeu no campo dos argumentos, mas quer vencer na manipulação da narrativa.
É, no mínimo, uma ironia amarga ver alguém que vive na capital mais desenvolvida do país — usufruindo de todos os confortos da modernidade — pregar, sem pudor, uma miséria sustentável para seu próprio povo. Sua luta incansável para manter o Brasil refém de uma agenda ambientalista tóxica, que impede o desenvolvimento em nome de interesses estrangeiros, merece, sim, reconhecimento. Porque, se o brasileiro lutasse pelo progresso com a mesma determinação que ela luta pelo atraso, essa conversa e a novela mexicana do Ibama já teriam acabado.
O chilique da “sustentável ministra” — que, sem nenhum constrangimento, se recusa até a responder como a biodiversidade realmente contribui para o PIB nacional — é o retrato perfeito de um governo que não serve ao Brasil. E, mais grave ainda, não serve para o Brasil.
Adriana Garcia
Jornalista na Amazônia
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