Dep. Federal do Amapá, Silvia Waiãpi esteve em reunião com senadores, representantes do setor de O&G e Petrobrás
A Deputada Federal Sílvia Waiãpi (PL-AP) fez um alerta contundente sobre os interesses franceses em impedir a exploração de petróleo na costa do Amapá. Ela participou, no dia 20 de maio, de um jantar reservado em Brasília, promovido pela Frente Parlamentar pelo Livre Mercado (FPLM) em parceria com o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). O encontro reuniu representantes da Petrobras, do setor produtivo de óleo e gás e de senadores, para discutir os desafios e as oportunidades do setor no Brasil.
Sílvia Waiãpi foi a única deputada e a única parlamentar do Amapá presente no evento. Na ocasião, destacou que desconhecer a história é ignorar quem são os verdadeiros adversários na luta pela soberania e pelo desenvolvimento econômico e social da Amazônia brasileira.
A pauta abordou temas como o licenciamento ambiental, a exploração de petróleo na Margem Equatorial, a revogação da preferência da Petrobras e os vetos à Reforma Tributária. O objetivo foi debater alternativas legislativas que garantam crescimento econômico, competitividade e responsabilidade ambiental — aspectos cruciais para o futuro energético do país.
Diretora executiva da Petrobrás disse que está dobrando a capacidade de retenção.
Durante o evento, Sylvia Anjos, Diretora Executiva de Exploração e Produção da Petrobras, explicou que a empresa já recebeu autorização para deslocar uma sonda da Bacia de Campos para realizar simulações de perfuração na região. Ela esclareceu que as correntes marítimas na área são paralelas à costa, o que minimiza os riscos de um eventual derramamento atingir manguezais, considerados áreas sensíveis. “Temos as sondas mais modernas, com alta tecnologia, além de 13 embarcações de apoio. Estamos dobrando a capacidade de retenção para garantir total segurança. Perfuro atualmente 12 poços em frente a Copacabana e Ipanema e não há preocupação com isso”, afirmou. Ela também pontuou que o nome "Bacia da Foz do Amazonas" gerou confusões e defendeu que a nomenclatura fosse alterada para "Bacia do Amapá", alinhando-se com outras regiões do país.
"Estou trabalhando para que esse acordo seja rejeitado. Faço isso como filha do Amapá", disse Waiãpi
Ao se pronunciar, Sílvia Waiãpi trouxe um forte resgate histórico. Segundo ela, a pressão internacional, especialmente da França, não é novidade. "Precisamos lembrar de 1895, quando houve uma intensa disputa entre França e Brasil, resolvida apenas em 1900 com a vitória brasileira no tribunal internacional. Foi graças à vontade do povo que o Amapá se tornou parte definitiva do Brasil", relembrou.
A deputada alertou que, sempre que se discute qualquer iniciativa de desenvolvimento no Amapá, há interferência de organizações financiadas pela França, como Iepé, Greenpeace e até instituições brasileiras como IBAMA e ICMBio. Ela também mencionou o bloqueio territorial ocorrido em 2002, devido à criação da Reserva do Tumucumaque, em troca de 81 milhões de dólares que nunca chegaram ao estado. “Hoje, Macapá, a capital, possui apenas 7,9% de cobertura de saneamento básico. Isso acontece porque 75% do território do Amapá está ocupado por Flotas, Flonas e reservas indígenas, tornando-o economicamente inviável”, destacou.
Sílvia lembrou ainda que, pela localização na linha do Equador, o Amapá já foi cogitado como local ideal para instalação de uma base espacial, por ser estrategicamente mais competitivo. Entretanto, por questões externas, essa base foi transferida para o Maranhão, enquanto a Base de Kourou, na Guiana Francesa, se consolidou como uma das mais estratégicas do mundo.
“É evidente que há um interesse estratégico da França em impedir o desenvolvimento do nosso estado. No ano passado, firmaram um acordo com o governo brasileiro para a não exploração dos fundos marinhos. Eu questionei, lutei contra isso e, como membro da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, estou trabalhando para que esse acordo seja rejeitado. Faço isso como filha do Amapá”, afirmou.
Por fim, Sílvia Waiãpi ressaltou que, justamente quando a ONU reconheceu as 200 milhas náuticas como pertencentes ao Brasil, surgiram movimentos para criar uma reserva marinha na região que vai do Oiapoque até Calçoene — coincidentemente, a mesma área historicamente contestada pela França. “Se não estivermos atentos à história e às questões que envolvem nossa soberania na Amazônia, não saberemos quem é nosso verdadeiro inimigo e como nos posicionar. Toda atividade econômica, especialmente a minerária, deve ser encarada como uma questão de soberania nacional. Não podemos aceitar qualquer tipo de interferência estrangeira, especialmente de países que financiam organizações atuantes em nossa faixa de fronteira”, concluiu.
Sílvia é uma das parlamentares no Brasil e a dep. Federal do Amapá mais atuante pelo desenvolvimento da Amazônia, não só fazendo e partipando de audiências públicas, como também sendo atuante em comissões estratégicas e, por último, ela entrou com uma ação no Ministério Público contra órgãos do Governo Lula. No processo, o Ibama e os ministérios do Meio Ambiente e da Integração e Desenvolvimento Regional tem provocado "danos" ao consumidor e violações aos interesses difusos e coletivos do povo amapaense". Para a parlamentar, essas instituições impõem "bloqueio ambiental ao Estado", impedindo-o de se desenvolver.