
Eles usam a miséria do povo para justificar e desviar milhões em emendas.
Nesta semana, o Amapá voltou a ser destaque na imprensa nacional — e, mais uma vez, de forma negativa. O Índice de Transparência e Governança Pública (ITGP) de 2025, elaborado pela ONG Transparência Internacional, deu ao estado de Alcolumbre a pior avaliação do país, mesmo sendo um dos que mais recebeu emendas parlamentares nos últimos anos.
DINHEIRO NÃO FALTA — FALTA HONESTIDADE
Somente neste ano já foram empenhados R$ 314 milhões. Em 2024, o Amapá foi o segundo estado que mais recebeu emendas por habitante: a União pagou R$ 718,2 milhões. Isso é uma prova cabal de que o problema nunca foi falta de verba.
Um estado com apenas 806 mil habitantes — representando ínfimos 0,36% da população brasileira — recebe mais emendas do que São Paulo, com seus 46 milhões de habitantes e 21,6% da população nacional.
Essa discrepância e a completa falta de transparência na aplicação dessa fortuna só reforçam a sensação de que o estado foi criado exatamente para isso.
O LEGADO DE SARNEY E A INVERSÃO DE VALORES
Dizem que Sarney, não satisfeito em ter apenas o Maranhão, criou o Amapá para também chamar de seu. Coincidência ou não, são dois estados com péssimos IDHs — e o ex-presidente ainda é aplaudido como ícone e exemplo de político. Sério?
As coisas estão completamente invertidas: os péssimos são consagrados, e os bons são perseguidos.
UM ESTADO RICO CONDENADO À MISÉRIA
Um pedaço de terra riquíssimo — com ouro, minérios, petróleo, biodiversidade, água doce e belezas naturais —, um estado fronteiriço, estratégico, vem sendo condenado há décadas à mendicância diante do resto do Brasil.
E, se depender da classe política local, nunca deixará de ser, pois a miséria do povo justifica o pedido de mais emendas, cujos milhões somem no meio do caminho.
Aqui, a corrupção reina porque o amor ao dinheiro é maior do que o amor pelas pessoas que sobrevivem de forma sub-humana.
AS LEIS QUE ENCADEIAM O DESENVOLVIMENTO
Um estado cheio de possibilidades de autossustento em todas as áreas, mas que depende de produtos vindos de fora por causa das inúmeras leis ambientais que restringem o uso do solo — e, agora, até do mar.
Parece que manter a pequena população aprisionada na miséria e dependente dos benefícios governamentais faz parte de um plano de poder.
Afinal, para continuar sangrando o Brasil e trazendo emendas que evaporam, é preciso manter o álibi: o povo miserável.
O DINHEIRO QUE EVAPORA
Os recursos enviados pela União — dinheiro dos impostos de todos os brasileiros — não são aplicados em saúde, educação, infraestrutura, saneamento ou segurança. Eles simplesmente desaparecem. Prova disso é precariedade de todas essas áreas. Inclusive, o Amapá desponta como o Estado mais violento.
Provavelmente, grande parte dessas emendas, bancam imóveis fora do estado (ou até fora do país), mansões de luxo que contrastam com as palafitas vizinhas, e, principalmente, compram consciências durante as campanhas eleitorais.
Os impostos que deveriam ajudar o Amapá a se desenvolver servem apenas para mantê-lo dependente.
A CONTA MAIS CARA DO BRASIL
Mesmo com quatro hidrelétricas e diversas fontes de energia limpa, o povo que mora no estado paga as maiores contas de energia do Brasil, por causa de contratos leoninos assinados por quem diz defender o povo — mas o apunhala pelas costas e beneficia empresas.
REPRESENTANTES DESTAQUE, RESULTADOS VERGONHOSOS
Há quem se orgulhe de ver amapaenses em posições de destaque na política nacional. Mas isso apenas agrava o quadro, pois está claro que essas posições são usadas para continuar drenando dinheiro público que nunca chega ao destino.
Essa proeminência não reflete capacidade, mas uma estratégia: o estado parece ter sido planejado para catapultar ao poder as piores espécies de políticos, capazes de fazer o jogo sujo que muitos não têm coragem de fazer.
São os que se lambuzam no poder como se não houvesse amanhã. Aqueles que se acham heróis por terem saído de um estado pobre e isolado, mas que hoje habitam palácios e empunham a caneta que pode mudar o destino da nação.
Sarney formou bons discípulos — e seus “melhores alunos” estão aqui. Eles carregam mais da sua genética política do que seus próprios filhos, para desgraça do povo amapaense.
O CURRAL ELEITORAL E O DEUS DINHEIRO
Há políticos que correm atrás de benefícios para manter o curral eleitoral, aplaudidos por uma cesta básica. Tentam fazer o povo acreditar que a solução está no aumento de benefícios, e não na criação de oportunidades.
Há os que preferem desfilar no Rio de Janeiro, encher o bolso de uma escola de samba, enquanto o povo do Amapá continua “dançando”. Outros amam um bom vinho, roupas de grife e jantares caros — e, para manter esses luxos, compram consciências, enriquecendo enquanto veem seus irmãos sem perspectiva de vida e futuro.
A CORRUPÇÃO É UM ECOSSISTEMA
Para destruir um estado, não basta que apenas alguns amem o dinheiro: é preciso que muitos colaborem.
A perpetuação da miséria no Amapá não é culpa apenas dos políticos. Parte do judiciário, da imprensa e do empresariado divide essa responsabilidade.
Aqui, o Brasil mostra sua face mais perversa — uma concentração assustadora de tudo o que não presta, mesmo com uma população tão pequena.
Por isso, o pecado dessas pessoas é maior e imperdoável. É impossível fingir que não veem a miséria, a fome, a falta de educação, o aumento da criminalidade, a ausência de saúde pública digna.
O MELHOR MÉDICO AINDA É O AEROPORTO
Aqui, o melhor médico ainda é o porto e o aeroporto.
Faltam exames, estrutura, equipamentos — tudo o que as demais capitais têm, mas aqui não chega.
O problema não é falta de dinheiro, e sim o excesso dele sendo roubado. É ausência de gestão e falta de compromisso com o futuro das próximas gerações.
O PREFEITO QUE ENTREGA, O ESTADO QUE SOME
Aqueles que desviaram o dinheiro das emendas não querem largar o osso. Não querem resolver os problemas, porque cada necessidade é argumento para pedir mais verbas.
O prefeito de Macapá, Dr. Furlan, tem aplicado os recursos que recebe — até porque são praticamente sua única fonte, além do tesouro municipal, que é pequeno.
O governador, inimigo político do prefeito, não faz convênios para ajudar a capital, que concentra 60% da população.
O recorde de entregas da prefeitura escancara o contraste: o Estado some com as verbas que deveria aplicar e com as obras que deveria entregar.
Por isso, cresce a esperança popular de ver o atual prefeito eleito governador em 2026 — embora o grupo do atraso já esteja se articulando para impedir isso.
E SE O AMAPÁ DESSE CERTO?
Já pensou se o Amapá dá certo?
Se passássemos a produzir nosso próprio alimento? Se nos tornássemos prósperos pelo trabalho, pelo desenvolvimento, pela mudança de mentalidade e pelo orgulho de ser amapaense?
Se deixássemos de ser peças no tabuleiro onde eles enriquecem e nós continuamos presos na miséria, perseguição e desprezo?
Para quem ama o dinheiro, a maior tragédia seria o Amapá dar certo.
Eles dizem, com a boca, que estão trazendo desenvolvimento — mas provam, com as ações, que estão perpetuando o atraso.
Para seus planos continuarem funcionando, o estado precisa continuar dando errado.
O AMOR AO DINHEIRO É A RAIZ DE TODO O MAL
Somos apenas o pretexto para que continuem extorquindo o resto do Brasil com vultosas emendas que nunca chegam ao destino.
Quanto mais um governo ama o dinheiro, mais mal ele faz à nação. Quanto mais amor ao dinheiro, mais corrupção e mais miséria.
É colocando as pessoas em primeiro lugar e fazendo o que é certo que um país prospera de verdade.
Sem isso, as desigualdades só aumentarão — sustentadas justamente por aqueles que dizem lutar contra elas.
São os que disputam verbas com a desculpa de distribuir, mas com a intenção de manter os pobres sem nada e embolsar o que deveria matar a fome de alguém.
PLANO DE PODER, NÃO PLANO DE FUTURO
Não espere plano de governo, nem plano de futuro, daqueles que têm apenas plano de poder.
Observe quem deixaria de lucrar se o Amapá desse certo — e você saberá quem são os algozes da nossa história e onde está o dinheiro que deveria ter chegado aqui.
Adriana Garcia
Jornalista na Amazônia
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